segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Plena confiança em Cristo - parte 1 de 3

* anotações da aula que dei na classe dos jovens da Igreja Presbiteriana de campina Grande que estão estudando Filipeneses.

[2] Cuidado com os “cães”, cuidado com esses que praticam o mal, cuidado com a falsa circuncisão ! [3] Pois nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos pelo Espírito de Deus, que nos gloriamos em Cristo Jesus e não temos confiança alguma na carne,.... Filipenses 3:2,3.

Tem gente que não tem noção do perigo. Neste capítulo de Filipenses, Paulo adverte os cristão da igreja naquela cidade sobre pessoas que estavam ensinando que aqueles que acreditavam em Jesus deveriam seguir a Lei de Moisés e serem circuncidados.

Havia um esforço em transformar os ensinos de Cristo em apenas mais uma das tantas seitas judaícas, mas o Espírito Santo inspira Paulo a refutar essa idéia veemente em várias partes da Bíblia. Por isso, a palavra "cães" mostra que este ensino tinha alguma aceitação dentro da igreja ali formada e que Paulo precisava desmacarar estes falsos mestres como eram: pessoas que transformavam o sagrado em mundano. No livro de Romanos, Paulo faz uma ampla argumentação onde ressalto:

  • Abraão foi justificado pela fé, antes da circuncisão e da Lei de Moisés. Rm 4.3
  • A circuncisão foi o sinal da aliança, pois Abraão havia sido justificado pela fé. Rm 4.11
  • A fé é o único meio do homem se relacionar com Deus. Rm 4.16
  • Cristo é a nossa circuncisão, pois por meio dEle nós somos justificados diante de Deus. Rm 4.24
.

Me pergunto como é que alguêm, após experimentar a graça de Deus, pode voltar atrás e querer confiar em atos religiosos ou em qualquer obra humana. Uma música do Grupo Logos (O Evangelho) diz:

"O Evangelho mostra o homem morto em seu pecar,
sem condições de levantar-se por si só.
A menos que Jesus, que é justo,
o arranque de onde está
e o justifique e o apresente ao Pai.

Em Jesus não precisamos mais de ritos sanguíneos, porque o Filho de Deus deu seu sangue por nós; NEle não precisamos de marcas na carne, porque seu corpo foi moído por nós. Ao confiar na religião instituída, na "igreja", na prática moral de uma religião, o homem ofende a Deus, pois seu padrão é a santidade e não se contenta apenas com uma vida religiosa. Lembremos que um único pecado condenou o homem eternamente. Desta forma, somente em Cristo, em quem não houve um pecado sequer, podemos nos reconciliar com Deus.

Na Confissão de Fé de Westminster, no capítulo que fala da providência de Deus, há um artigo que nos ensino:

V. O mui sábio, justo e gracioso Deus muitas vezes deixa por algum tempo seus filhos entregues a muitas tentações e à corrupção dos seus próprios corações, para castigá-los pelos seus pecados anteriores ou fazer-lhes conhecer o poder oculto da corrupção e dolo dos seus corações, a fim de que eles sejam humilhados; para animá-los a dependerem mais intima e constantemente do apoio dele e torná-los mais vigilantes contra todas as futuras ocasiões de pecar, para vários outros fins justos e santos.
II Cron. 32:25-26, 31; II Sam. 24:1, 25; Luc. 22:31-32; II Cor. 12:7-9.

Sinto que muitas vezes quando crentes ficam em crise por causa de certos pecados, não é pelo nojo do pecado em si, mas pela decepção consigo mesmo. Principalmente aqueles que foram desde cedo chamados por Cristo tendem a ter uma imagem muito positiva de si mesmos, passando a depender mais das suas regras morais do que da entrega total e consciente a graça de Deus e da capacitação do Espírito Santo para viver de forma santa e íntegra. Por isso que vez em quando Deus nos mostra um espelho para que vejamos a corrupção do nosso coração, e tendo noção do perigo que corremos, procuremos abrigo e proteção no sangue de Jesus. Como o autor escreveu no hino: "Mas um dia, senti meu pecado e vi, sobre mim a espada da lei. Apressado fugi, em Jesus me escondi, e abrigo seguro n'Ele achei".

Glória a Deus: que nos fez circuncisos de coração e de lábios pela regeneração; que nos deu o Espírito Santo que nos capacita a adorá-lo em espírito e em verdade e não em religiosidade fria e maldita; que nos Deus Jesus Cristo, pelo qual rejeitamos toda confiança na carne e a quem entregamos nossa vida!

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